Enquanto ainda na cidade de McLeod Ganj/Dharamsala (cidade do His Holiness, The Dalai Lama), senti certa culpa por estar num país (Índia) e gostar tanto, me apaixonar mesmo pelo local, pelas pessoas (tibetanos refugiados) e pela energia que não a indiana. Parece que eu não estou na Índia.
Fui para fazer um curso de meditação de 12 dias e simplesmente não consegui ir embora no tempo previsto. Ia adiando a diária no hotel, no coração e nas amizades. Criei laços. Até gostaria de ter podido mudar o programa de voluntariado para lá e ficar mais tempo. Adoraria trabalhar com a causa tibetana e com crianças refugiadas. Dei dei aulas de conversação em inglês para monges e refugiados tibetanos e, em apenas 1h/dia, quem aprendeu muito fui eu, não eles. Me ensinaram várias lições. Você consegue imaginar o que é se sentar na frente deles e escutar que saíram fugidos de seu país pelos Himalaias no meio de DEZEMBRO (olha isso!!!) e andaram por 28 dias até chegar na Índia?? Decidiram ir em dezembro pq é, supostamente (me disseram depois que não é bem verdade), o mês onde os soldados chineses não atuam com tanto afinco (devido ao frio) e assim se sentem menos em risco… os tais soldados ficam esperando a linha de tibetanos passar para simplesmente atirar e matar. As easy as that. E os tibetanos me contaram tudo exatamente assim: as easy as that como se não fosse o” bigíssimo” deal que é. E aí, pra aumentar minha admiração pelos caras, eles falam disso tudo com um sorriso indescritível no rosto – será que por se sentirem lucky por estarem vivos? será tamanha fé? será pq tudo parece uma memory from far away, uma estória contada para eles? Me pergunto de onde pode vir tanta garra e bondade num povo só. E quando eu dizia “I’m so sorry” pq sentia muito mesmo (como escutar estes relatos e não sentir al cuore?!) e eles me respodiam (sorrindo, claro): “no problem, no problem”… MIL LIVROS DE HISTÓRIA NÃO ME ENSINARIAM ISSO.
Estou mesmo impressionada (em todos os sentidos) com a causa tibetana e com as pessoas. Amáveis, muito educadas e simpáticas. Quando sorriem, os olhinhos se fecham e o rosto parece uma lua redondinha. E os velhinhos?? Aaaahhhhhh, da vontade de abraçá-los quando eles nos cumprimentam. :o) As crianças são umas coisinhas mto fofas com as bochechas sempre rosadas e as super-mochilas nas costas (parecem mini-dalai-lamas com carinha de tartaruga carregando o casco nas costas).
Fica aqui meu pedido pra falarem mais sobre o Tibet, let us try to help them… FREE THEM! PLEASE READ BELOW!!