El juego de la verdad

Este post é uma homenagem ao jogo da verdade mais verdadeiro no qual já participei na vida. Ever.
Profundo, demorado, inspirado, marcou a todos os 6 que estavam ali presentes. Pq o título está em español? Porque o bendito e “diferente” (já explico pq um jogo tão batido foi deveras diferente) juego se pasó en la capital de mi Argentina querida, Bons Ares. Se é pra fazer um jogo assim, que seja em Puerto Madero, terminando num lindo e aconchegante quarto de hotel em Palermo. Dá licença, galera, mas estes meus amigos são finos. Se é pra fazer, a gente faz direito.

E foi como fizemos o jogo: direito! Pra surgir tal ideia, confesso que devia pairar no ar um certo “que” de “estamos aburridos, então vamos jogar algo tosco?” (ie.: estamos de saco cheio). Um lançou a ideia, o outro aperfeiçoou com “pq não fazer o jogo da verdade sobre a gente? Vamos, cada um, falar o que mais nos incomoda no outro?” Os masoquistas de plantão soltaram um “uuuuhhhhhh, adorei!”, enquanto os diplomatas de plantão falaram: “ok, mas vamos terminar fazendo elogios? Dizendo um ao outro o que mais gosta em cada??”. Aí todos concordaram e continuaram a bebericar suas taças de vinho (exceto uma que tomava Sprite Zero) não só pq o vinho era ótimo e na temperatura ideal, mas como para “tomar” coragem a cada gole. Falar “mal” do outro ali na cara dele e na dos outros requer certos “cojones” (até das mulheres!! haha).

Não me lembro quem foi o primeiro e isso também nem vem ao caso, mas lembro-me de quando a coisa começou a ficar acalorada (ou era a noite?) e intensa. Olhares sendo trocados pela mesa, gente se ajeitando nas cadeiras/sofás, outros olhando pro chão (certamente pensando “cala a boca!” pro que estava falando, achando que este receberia a msg telepaticamente). Houve até diretas mesmo, do tipo: “dá pra ficar quieto/a enquanto eu falo, por favor??”. Silêncio pro orador da vez falar. A partir dali, o ditado “enquanto um burro fala, o outro abaixa a orelha” fez todo o sentido like never before. O restaurante também ficou contente com tal ideia nossa pq, a medida que os comentários iam saindo, fazia-se necessária uma quantidade maior de vinho. A primeira rodada de farpadas foi tão longa (gente, do the math… 6 pessoas falando sobre 6 pessoas… e haja gente que gosta de falar, hein?) que envolveu risadas, explicações, pedidos de “repete que não ouvi, pls?” (este foi foda… ouvir teu lado chato DUAS VEZES??), até que o barman já bem “a la manera porteña” e educada de ser parou do nosso lado com a conta – bem tipo: “chicos?? Se van??”. Fomos. Pegamos 2 táxis e nos mandamos pro quarto da moderadora do jogo.

Esta foi a parte mais legal! Hahaha, claro, né?! Ouvir e fazer elogios é mais gostoso, mas confesso que tão hard quanto descer a lenha. Povo mais relaxado ainda por estar jogado em poltronas, espalhado na cama, de roupão do banheiro pq tinha frio e mais vinho ainda na cabeça (sim, we had 2 bottles delivered at our door to keep going), a falação continuou. Houve quem discursou. Houve quem chorou. Houve quem sorriu muito. Houve quem teve olhos brilhaaaaando. Houve, e aqui falo por todos, quem saiu com a alma lavada e com uma sensação de “PQP, grupo assim não se faz mais. Sou feliz por fazer parte deste bando de gente doida… Que noite maravilhosa!”. A noite acabou às quase 9am quando todos se dirigiram aos seus respectivos quartos, cada um com uma nuvem maior que a outra na cabeça. Se fosse cartoon, a gente teria andado curvado de tanta palavra pesando e se fazendo ecoar na gente. Mas só pra vcs entenderem o grupo, cito aqui os maiores elogios que cada um recebeu: há no grupo o cara mais alegre e vivo, a menina que é uma estrelinha que traz luz pra todos, o cara mais gentleman de todos os tempos, a menina que é tão autêntica (se faz de durona, mas é uma maria-mole deep down) que assusta, o cara que mistura vários elogios e ficou até em dúvida de qual era o maior elogio recebido, e a menina que é o conjunto de todas as melhores obras. É, galera, eu avisei… gente que faz direito!

No dia seguinte parecia haver um silêncio absoluto pela cidade de Buenos Aires. Cada um tomou café-da-manhã numa hora diferente, alguém escolheu fazer programa sozinho, alguns precisaram muito de um doce, outros de cerveja (ainda pra ajudar a empurrar tanta informação goela abaixo), mas a sensação geral, above all, foi que este foi o jogo da verdade mais bem jogado ever!

5 Comments Add yours

  1. claubac says:

    Querida Jujuba, ninguém conseguiria descrever el juego de la verdad tão bem como você fez!!! E como eu estava lá (um dos 06 loucos) posso dizer com certeza que foi uma das coisas mais profundas que já participei até hoje. Como sempre costumo dizer essa turma é ph…, é ph… e é ph…!!!! Super beijo e continue alegrando nossos dias com seus textos incríveis! Claudia Bachega

  2. Odair Ribeiro says:

    I wish I was there… Adoraria fazer algo do tipo.
    Tem um curso do Tadashi que é muito louco, recomendo. Leader training (LT), alguns já devem ter ouvido falar. É meio por aí.
    Como sempre, Ju com seus textos cativantes. Deveria escrever um livro… Capacidade não falta. Já que você falou em cojones… lanço o desafio. 🙂
    Beijos

  3. LifeIsNow says:

    Bom.. tbem estava lá e como adoro um feedback não perdi a oportunidade e fui um dos autores da idéia de jogarmos “a sério” naquela noite tão gostosa.
    Essa viagem + noite foi sem dúvida uma das melhores de todos os tempos. E é bonito observar como estávamos entrosados e interessados verdadeiramente na
    “brincadeira”.
    Duas coisas me chamaram muito a atenção: Nunca vi uma idéia vista por muitas pessoas como boring ser tão bem aceita. Poucas vezes vi também uma terapia de grupo tão bem sucedida em amigos tão heterogêneos.
    Coisa linda e pra se guardar pra sempre.

  4. Cristina says:

    Que bacana, Ju!

    Bem… não resito: lendo os elogios de cada um, tenho tanta certeza de qual se refere a você que nem vou comentar nada. Só dizer que o elogio pra vc foi absolutamente verdadeiro e por aí imagino como deve ter sido realmente hard e inesquecível esse jogo que aconteceu na querida Buenos Aires.
    Fico muito feliz por você e, apesar de ter certeza que não conheço ninguém além de vc no grupo, fico feliz por vocês todos.

    Beijos
    Cris

  5. Mi says:

    Ai Ju, que delícia…Estou com tanta saudade das bagunças com esse grupinho doido…

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