Executivo ou Ladrão de Meias: uma saga de indecisão

Um dos meus primeiros contos, mas certamente o primeiro postado.

Era uma vez um jovem muito promissor que ocupava cargo elevado na empresa em que trabalhava. Era um grande Executivo o rapaz. Coisa chique. Sempre muito bem apresentável, com roupas elegantes e um sorriso para quem o cumprimentava, o tal parecia ser benquisto pela sua equipe. Todos o admiravam. Porém, como nem tudo que reluz é ouro, o infeliz guardava um segredo… Como tinha certa aparência pra manter, nunca comentou sobre tal assunto com ninguém. Ninguém podia saber pra não correr o risco de o acharem louco, lelézinho da cuca (sim, esta seria a única conclusão que qualquer um chegaria se soubesse do segredinho).

O fato era que ele gostava de roubar meias. Sim. Meias.
Destas simples do dia-a-dia, sabe? Estas quentinhas pra se usar com bota no inverno ou daquelas pra se trabalhar a qualquer momento. Destas tipo “curinga”: bonita e básica. Qualquer que fosse a meia, o rapaz “zupt!”: passava a mão. Mas não meias zero-bala! As novinhas em folha não eram seu foco, não tinham graça. O legal eram meias usadas. Nem ele sabia o motivo. Se perguntou inúmeras vezes o pq de tal excêntrica mania.

Um dia, se encafifou tanto com a questão que foi às compras. Decidiu dar um fim a tal absurdo. Não era possível que ele, justo ele, pessoa inteligente e capaz não conseguisse encontrar um par de meias sozinho. Procurou, experimentou, não gostou, tentou de novo (algumas meias eram rejeitadas antes mesmo de irem pro pé… só no toque já sabia que não eram boas o suficiente), mas não encontrou nada como as que eram roubadas. Teriam as benditas surrupiadas certo poder sobre seus pés? Preocupou-se em ser realmente um doente, afinal de contas ele não acreditava em papos esotéricos, místicos. Esta coisa de “vibração”, “energia” não era com ele. Coisa de veado isso. De quem não tem mais no que pensar. Ele acreditava era no “concreto”, ou seja, que meias servem para aquecer os pés e pronto. Só isso.

Foi aí que o momento de esplendor máximo surgiu! Depois de muito se questionar e à nenhuma conclusão chegar, mal acreditou que ali jazia a resposta!! Bem à sua frente! Reclinou-se em sua poltrona moderna e confortável e, olhando seus pés esticados à sua frente, lhes sorriu e disse: “um dia, meus caros, um dia, vcs encontrarão o par que querem. Mas enquanto não se decidem, eu vou lhes dando as roubadinhas mesmo!” Deixou a decisão pros pés.

3 Comments Add yours

  1. Felipe says:

    “O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista.” (Fonte: Wikipédia, portanto não garanto que está correto mas achei bacana!)

    Nada melhor que um conto para montar um curta (metragem), e um conto bem escrito e com os detalhes necessários.

    E eu como aspirante-iniciante-sonhador (praticamente um estagiário com potencial, um jovem talento) na arte cinematográfica, não poderia deixar isso escapar. E mesmo sem um roteiro já existem algumas coisas que posso tirar deste “Argumento” que li acima. Por exemplo:

    1 – Personagem
    5 – Figurantes
    3 – Locações (Pelo menos!)
    15 – Pares de Meias Usadas (Obs.: Meias Bonitas e Básicas / do tipo Curinga)
    1 – Pé Bonito (Obs.: Caso o pé do ator for zuado)
    1 – Poltrona / Cadeira Reclinável de Escritório (Obs.: Moderna e Confortável)
    2 – Vidros de Produtos “Tira-Chulé”

    Será necessário: 1 semana para a formulação do projeto, 3 dias de ensaio e 2 dias de gravação para evitar problemas.

    Não entrei em detalhes técnicos por que isso estará presente no projeto.

    Acho que é isso. Quem estiver disposto favor entrar em contato!!!

    Hahahahaha

    Beijos Contista

  2. Odair Ribeiro says:

    Ju, adorei seu conto, mas acho que você está correndo o risco de um comentarista estar roubando a cena… hahaha
    Felipe mandou bem mais uma vez!
    Conte comigo para a filmagem! Eu entro com o pé bonito! hahahahaha

  3. LifeIsNow says:

    Concordo com o Odair. Ju, é melhor chamá-lo logo pra uma dupla.
    E se o Odair entra com o pé bonito eu entro com o que?!?!??

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