Eu tinha por volta de quatro anos quando me apaixonei pela primeira vez. Primeira mesmo pode até não ter sido, mas certamente foi a mais arrebatadora. Havia o Gustavo da minha classe no Objetivo, mas ele era apenas um flerte, uma diversão pras horas na escola… Afinal de contas, está no DNA de meninas gostar de caras mais velhos. Deve ter sido este o motivo principal da minha total queda pelo Fabrício. Não sei precisar agora, mas imagino que ele fosse, pelo menos, 8 anos mais velho que eu. Eu ainda morava em Brasília, na superquadra “SQS 202”. Os detalhes de como esta paixão acendeu-se dentro de mim, não me lembro bem, hei de confessar, mas lembro (pasmem!) dos sonhos (devaneios, no caso…) acordada, do coração acelerar ao vê-lo, da cumplicidade já escancarada dos meus irmãos comigo e da total sinceridade de uma criança: todos da quadra sabiam. Até ele.
Eis que meu irmão um dia me avisa que está indo na casa do Fabrício pra uma “festinha”… Quase fui a primeira criança a morrer, literalmente, de vontade de ir junto. Sabia que tal festinha não tinha n-a-d-a a ver comigo. Irmão mais velho sofre e meu não fugiu à regra: quando viu minha carinha desolada no canto da sala, sentiu um misto de saco cheio e pena. Carregou-me junto com a desculpinha que eu queria levar o LP da novela que era hit do momento. Foram os minutinhos mais longos dos meus quatro anos. Imagino que aquilo fosse instinto já que “paixão”, “nervosinho”, “aflição” e “borboletas no estômago” eram termos e sensações ainda totalmente desconhecidas pra mim. Mas… FUI! Fui FE-LIZ!!! Lembro-me de estar de mão dada com meu irmão até no elevador: tamanho era o pavor de soltar e me ver sozinha no elevador que daria na porta do tal.
Quando saímos, a porta da casa estava aberta, musiquinha lenta rolando (típico da idade!), luzes semi-apagadas (típico de novo!) e pessoas… Mas meus olhos só viram uma pessoa. Ele. Mirei direto e reto. Mal sabia que o alvo não era ele, mas sim meu coração. Ali senti que coração era feito de matéria. Mais precisamente de vidro. Daqueles Duralex ainda por cima que quebram em mil pedacinhos. Estraçalhou-se e ouvi o farfalhar dos cacos descendo em cascata até meu estômago onde eles aniquilariam todas as estúpidas borboletas que minutos antes voavam ali, inocentemente felizes. Ele tinha seu braço em volta de uma sombra de cabelos compridos. Não conseguia ver nada direito. Com a vista embaçada, só sentia os vidrinhos me arranhando por dentro. Catatônica, mal percebi que ele veio em minha direção imediatamente ao ver-me. Um perfeito gentleman, ajoelhou-se, tirou o LP da minha mão, me sorriu e perguntou: “quer dançar comigo?”. Como que num passe de mágica, ou melhor, como um botão de rewind, meus caquinhos se juntaram rapidamente lá do estômago, deram as mãos e fizeram a subida de volta à caixa torácica, formando de novo um coração. As borboletas, nada rancorosas, voltaram a dançar, só que desta vez, acompanhando o ritmo dos meus pés. Nem sei se sorri ou se só obedeci, mas lembro da minha cabeça jogada (quase como uma morta) no ombro esquerdo dele. A música pareceu durar horas. Tampouco me lembro do caminho de volta pra casa e nem como ou se consegui adormecer depois de tanta emoção em apenas uns minutos.
Só sei que, caso mais Fabrícios existissem por aí, mais rápida seria a cura pros corações partidos!
Eis que meu irmão um dia me avisa que está indo na casa do Fabrício pra uma “festinha”… Quase fui a primeira criança a morrer, literalmente, de vontade de ir junto. Sabia que tal festinha não tinha n-a-d-a a ver comigo. Irmão mais velho sofre e meu não fugiu à regra: quando viu minha carinha desolada no canto da sala, sentiu um misto de saco cheio e pena. Carregou-me junto com a desculpinha que eu queria levar o LP da novela que era hit do momento. Foram os minutinhos mais longos dos meus quatro anos. Imagino que aquilo fosse instinto já que “paixão”, “nervosinho”, “aflição” e “borboletas no estômago” eram termos e sensações ainda totalmente desconhecidas pra mim. Mas… FUI! Fui FE-LIZ!!! Lembro-me de estar de mão dada com meu irmão até no elevador: tamanho era o pavor de soltar e me ver sozinha no elevador que daria na porta do tal.
Quando saímos, a porta da casa estava aberta, musiquinha lenta rolando (típico da idade!), luzes semi-apagadas (típico de novo!) e pessoas… Mas meus olhos só viram uma pessoa. Ele. Mirei direto e reto. Mal sabia que o alvo não era ele, mas sim meu coração. Ali senti que coração era feito de matéria. Mais precisamente de vidro. Daqueles Duralex ainda por cima que quebram em mil pedacinhos. Estraçalhou-se e ouvi o farfalhar dos cacos descendo em cascata até meu estômago onde eles aniquilariam todas as estúpidas borboletas que minutos antes voavam ali, inocentemente felizes. Ele tinha seu braço em volta de uma sombra de cabelos compridos. Não conseguia ver nada direito. Com a vista embaçada, só sentia os vidrinhos me arranhando por dentro. Catatônica, mal percebi que ele veio em minha direção imediatamente ao ver-me. Um perfeito gentleman, ajoelhou-se, tirou o LP da minha mão, me sorriu e perguntou: “quer dançar comigo?”. Como que num passe de mágica, ou melhor, como um botão de rewind, meus caquinhos se juntaram rapidamente lá do estômago, deram as mãos e fizeram a subida de volta à caixa torácica, formando de novo um coração. As borboletas, nada rancorosas, voltaram a dançar, só que desta vez, acompanhando o ritmo dos meus pés. Nem sei se sorri ou se só obedeci, mas lembro da minha cabeça jogada (quase como uma morta) no ombro esquerdo dele. A música pareceu durar horas. Tampouco me lembro do caminho de volta pra casa e nem como ou se consegui adormecer depois de tanta emoção em apenas uns minutos.
Só sei que, caso mais Fabrícios existissem por aí, mais rápida seria a cura pros corações partidos!
Que linda sua historinha… A DO REI!!!
Muito fofinha. Fiquei imaginando a cena…
Beijos!!!
Se vc se lembra do que rolou quando vc tinha 4 anos com o cidadão chamado Fabricio (deve ser um pobre arrependido e frustrado hoje…rsrsrs),seria demais vc tentar se lembrar do nome da “música lenta” que dançou com o Fabricio (hoje um pobre coitado) ???
Ju…
ja achei seu presente de aniversário…
So falta uma foto atualizada do Sr.Fabricio “frustradinho”…rsrsrsrs
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-139709937-lp-novela-setimo-sentido-internacional-_JM
Vou falar com algum responsável pela programação da Alpha FM ou Antena 1 pra dar uma “luz” nessa questã…rsrsrs
Achei a trilha sonora…rsrsrsrs
Veja qual é a canção…rsrsrsrs
MÚSICAS: EMPTY GARDEN, (ELTON JOHN), ANYONE OUT THERE (DURAN DURAN), CASTLES IN THE AIR (DON MAcLEAN), THE OTHER WOMAN (RAY PARKER), WALK AWAY (UDO JURGENS), GIGOLO (MARY WELLS), SILENZIO (BIANCO), CHARIOTS OF FIRE (SPIRITS), CLASSIC (ADRIAN GURVITZ), YOU GOT THE POWER (WAR), HOW LONG (ROD STEWART), MEGATRON MAN (PATRICK COWLEY).MAKE ITEASY ON YOURSELF (MICHAEL HENDERSON), TRISTESSE (DANIELLE).
Com R$ 15,00 vou fazer uma puta presença no seu aniversário…rsrsrs
Na boa, vc é muito figura!! Me senti compelida a compartilhar a bendita canção… and the winner is: “Empty Garden”!!! The second best é a “Classic” (era com esta que eu sonhava acordada com Mr. F…). Ai, ai!
Ebaaaa! Vou ganhar trilha sonora!! :o) :o)
Beijos, teu doido!
Ju…
Passei a noite inteira procurando Wally,digo Fabricio !!!!
Diante das informações dadas por vc a partir da Super Quadra SQS 202,localizei a Dona Alzira do apto.31 e daí em diante,meu faro entrou em ação.
Hoje o Sr.Fabricio trabalha no Banco do Brasil,onde entrou em 1990 depois de 3 concursos frustrados;sua função é a de caixa nivel 1(chefe),ano que vem ele passa a ser sub-gerente de contas novas e aí começa a usar gravatas todo dia,que é o sonho da dona Hermengarda,sua sogra,digo mãe do Fabricio.E o melhor,sairá da agência Taguatinga-Centro para a agência Paranoa ou ParkShopping.Será um enorme salto,pois ele sairá do Bronkx e trabalhará em Manhattan praticamente…rs
Mas ele me disse que prefere trabalhar no ParkShopping,uma vez que a Tatiana,sua cunhada,dido irmã dele;é hoje vendedora na loja Agua de Cheiro do referido shopping e assim ele economiza no busão,ela tem carro e voltam juntos,o problema é que ele tem que esperá-la até as 22h…mas acho que não vai ter crise,ele tá quase descolando um bico de segurança no shopping.Sim Ju,ele ainda é um gato e fortão do tipo pescador parrudo,vai conseguir facinho esse bico.
Maiores novidades,me prontifico pra ir junto com vc à BSB conferir in loco a situação…vou pensar positivo,quem sabe a Tatiana seja uma GATA !!!!!!
Quiçes
Cara, nem acredito que eu me lembrei do Elton John, fiquei pensando em “Blue Eyes”, mas era “Empty Garden” mesmo!! Adorei relembrar essa epoca! Mil beijossssssssss
Ju,
adorei!! Aos 4 anos, riqueza de detalhes nas sensações! Sempre tudo mega intenso! Ahahaha, isso é muito leonino!
Muito bom!!
Beijosssssss
É liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiindo! Tão liiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiindo que eu não consigo nem deixar comments!
Jú, eu achei que SÓ EU seria capaz de me apaixonar aos 4 anos de idade! Adorei! Os “bailinhos” fazem parte da minha vida. Agora, detalhe, se ele tirou o LP das suas mãos e lhe convidou pra dançar, a trilha sonora é outra… Não deu tempo de por o disco, deu?
BeiGIS
Gi, todo mundo tinha esta trilha sonora, tanto que o LP foi usado como “desculpinha” (bem esfarrapada até…) pra eu ir lá só pra ver o rapaz. Hahaha! :o)