Acho que a palavra “aniversário” deve significar, em algum idioma dos tantos existentes, “dia de se lembrar o quão especial fulano é”.

A bem da verdade, ele nada mais é que o dia no qual sua mãe sentiu muita dor e alegria, seu pai desespero e ansiedade e, o resto da sua família, agitação. Você não se lembra de nada e talvez seja este o exato motivo pelo qual cismamos em comemorar a data todo santo ano. Um tentativa de reviver o dia que, ao que me parece, foi o dia mais único da sua vida: afinal de contas, nascer daquele jeitinho com direito a parto e tudo, é só uma vez.

Há aniversários legais, lotados, vazios, especiais, preguiçosos, longe de casa, longe até de si mesmo, mas… todos eles, sem exceção, têm uma parte vital em comum: o aniversariante. Este personagem, quer ele queira ou não ou sequer perceba isso, é o ator principal do dia. Ele brilha como as velas do bolo. Há palmas sendo batidas pra ele durante todo o dia, basta que ele aguce a audição e abra o coração. Há desejos e carinhos sendo enviados pelo correio do pensamento, basta abrir a caixinha da mente e deixar as cartas entrarem. Há, sim, tudo isso. E quando o aniversariante está a par e consciente de todo este processo? Aí não há palavras que descrevam, nem watts suficientes para alcançar tanto brilho. Aí a alegria é tanta e tamanha que só cabe a nós, atores coadjuvantes e figurantes, fazer o seguinte mesmo: sorrir muito como que em gratidão e bater palmas mesmo de “parabéns pra você” como um reconhecimento! E também cantar a famosa melodia com nova letra adaptada:

“Parabéns pra você

Por você ser assim,

Obrigada a você

Por ser parte de mim!”