… porque tem vezes que a gente não consegue. A mente cansa. O corpo não obedece. A fala não sai. Nem fingir dá, pois está tudo muito claro de que não está certo. Por estas e outras que criou-se o hábito de emprestar. Usar as palavras de alguém que falou exatamente o que você quer dizer, mas não consegue juntar. Quando percebe que a inspiração e a vontade foram dar uma volta, de mãos bem dadas, e não avisaram quando retornariam. Se é que sequer retornam… É aí que se pega emprestado. Mesmo sem ter pedido ou sequer ter recebido autorização. E sem estabelecer o prazo de devolução.
“Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para…
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara…
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência…
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência…
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara…
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não…
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara…
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida é tão rara…
A vida é tão rara…”
Obrigada, Lenine, por ter me emprestado. Mesmo sem saber. Mas… quem quer saber?