Mudei este texto que, originalmente, seria em inglês para o português. Em inglês é só “good” – seja o “bom” ou o “bem”. É mais fácil. O conselho te diz para aceitá-lo e pronto. “Accept the good” e tolo aquele que não aceitar. E esteja dito.

Aqui não. Em português temos opção de escolha entre o Bem e o Bom. Há quem não saiba, mas a diferença é grande e tolo aquele que não perceber. Bendito aquele que souber e sábio o que aceitar ambos.

Aceitar somente o bom pode te deixar uma pessoa autocentrada. Nada de errado com isso desde que seus desejos não atrapalhem o próximo. Assim, de forma inconsciente e casual, já estará praticando o bem.

Aceitar somente o bem pode manter-te um pouco fora da realidade. Talvez tornar tuas expectativas altas a um ponto de perder referências sobre as outras pessoas e até de ti mesmo. Afinal, com tanto bem, onde estará o equilíbrio? As pessoas podem perdoar tudo, exceto grandiosidade. Aceitar somente o bem pode, ironicamente, não te tornar, mas te fazer um pouco mal. O que nos traz uma certa ironia, pois eis então o equilíbrio entre bem e mal.

Aceite o bem para que seja bom consigo mesmo. Aceite o bom para que tudo fique bem. O bom seria sua luxúria e o bem, seu desapego. O que é bom te proporciona sentimentos do bem. O que é do bem te eleva, causando e distribuindo o que é bom. Portanto, aceite o bem. E também o bom. Cause o bem. Revigore o bom. Assim sendo, entro na contradição mais rápida de todos os tempos em texto tão curto e retiro o que disse lá no começo e volto para o simples e bom “good”. Aceite-o simplesmente, seja lá qual e como for, afinal será bom e te fará bem.