Sou forte, mas não por acaso. Me criaram depois de outra grande invenção, ou seja, sinto-me como um simples anexo à tal prévia eureca, mas sem mim, hoje em dia, ninguém seria. Meu calor mata. Ironicamente, a falta dele também. Meu uso ilumina. Meu toque choca. Me temem ao mesmo tempo que me usam e abusam. Venho sempre acompanhado de mais um, no mínimo. Como idiomas, mudo de acordo com o país onde estou, mas em todos, absolutamente em todos, estou presente. Há quem ainda não me conheça, dependendo de onde vive e de suas condições. Mas seria necessário somente um curtíssimo espaço de tempo após sermos apresentados para que estes que, há pouco não sabiam de minha existência, passem a se comportar tal e qual os meus velhos conhecidos: usando e abusando. Me temendo, mas me ligando e desligando. Se me provocam, queimo como fúria. Se me desligam, parece que desligo eu a vida dos outros. Contraditório? Não, nem um pouco. Tenho uma serventia e é exatamente essa: a de servir. Sirvo para um fim que se abre em vários. Sou um leque de opções em apenas uma possibilidade. Por isso me incomodo um pouco às vezes do tanto que me exigem. Tenho um desejo secreto de que, no fundo, no fundo, tudo se exploda. Lá, certamente, estarei eu.
(quem sou eu?)
Tomada!
Pensei em eletricidade, mas acho que esta é a primeira grande invenção. Lâmpada seria meio óbvio demais, mas acho que vou ficar com tomada.