Então, venha, assopre no meu ouvido tudo o que não quero, mas preciso saber. Me fale das tempestades que virão para um possível preparo, uma delicada prévia – ou é isso ou será um ataque no coração. Me sussurre também o irreal, o irrelevante; não deixando de fora o importante. Abrace minha audição e acalente minha razão para o incompreensível se fazer menos doído e doido. Surpreenda-me com as palavras que, no fundo, não sei, não. Me mostre onde está o sétimo erro, sendo este o último para completar o jogo. Coloque um “x” na questão, o pingo no “i” e me liberte do tempo da prorrogação. Faça isso com ternura, afago e entendimento da minha falta de compreensão. Acompanhe minhas perguntas e não as responda com rispidez, apenas solidez. Para as demais indagações, entenda, de antemão, que o essencial é que elas sejam as corretas – as respostas dali virão. Guie-me para a assertividade e não para a futilidade (e olha que eu ia escrever fragilidade)… Sim, ajude-me, pois depois de tanto tempo refém, assumo ter perdido o meu alguém. Confesso o meu silêncio como sinal de perdão, não de intenção. Te deixo meu olhar mais sincero, mais aflito, mais doce e mais medroso. Tome, ele é teu – você o mereceu.